sexta-feira, 27 de maio de 2011

Lei da relatividade

Minha avó sempre me disse que quando estamos felizes o tempo passa mais depressa. Na verdade, o tempo continua passando como sempre passou mas, de alguma forma, sentimos que ele está mais rápido.
E acredito fortemente nessa teoria dela.
Primeiro: porque ela é uma senhora muito sábia.
Segundo: porque até Einstein citou essa teoria. Ou melhor, criou uma teoria desse mesmo tipo.
Na teoria deles, batizada de teoria da relatividade para os que ainda não chegaram na oitava série ou para aqueles que já passaram e se esqueceram disso, ele dizia que quando estamos apaixonados e passamos um tempo com essa pessoa, uma hora parece durar um minuto. Já quando estamos com o pé numa lareira, um minuto parece uma hora.
Isso explica muita coisa e faz muito sentido.
É por isso que meus sundaes de chocolate acabam tão rápido, mesmo eu comendo tudo devagarzinho.
É por isso que as aulas de física, química, matemática e todas as outras que envolvem contas são as mais lentas do dia. Aquelas que parecem durar cinquenta horas, ao invés de cinquenta minutos.
E, talvez, seja por isso que meus dias tem demorado tanto para passar. Pra falar a bem da verdade, eu só sinto que ele está passando um pouco mais rápido quando estou dormindo. Fora isso, é tudo uma grande lerdeza.
Logo agora, que eu queria que tudo isso que está acontecendo acabasse o quanto antes.
Parece que meu relógio psicológico anda com as pilhas fracas, enquanto o relógio de todo o mundo corre rápido com uma Duracell novinha. E por mais que eu tente - e queira- não consigo mudar esse ritmo tão devagar-quase-parando deles.
Oh, céus! Se minha mãe estivesse lendo esse post primeiro ela me chamaria de dramática e depois diria algo como: "Eita! Mais que pressa de viver, ein? Isso é falta de louça pra lavar..."
É. Talvez ela esteja certa e seja muito sábia, também.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Ei, você!

Ei, você aí do outro lado!
Por acaso, você já quis sentir muita raiva de um certo indivíduo? Não, que um belo dia você simplesmente acordasse e pensasse: "Hoje, quero sentir raiva do Fulano de Tal." Nada disso.
Você já quis sentir muita raiva de um certo indivíduo, por motivos reais e não conseguiu?
Então depois, você, ao invés de sentir raiva do certo indivíduo, sentiu raiva de si mesma por não conseguir sentir raiva do certo indivíduo?
E tenho certeza de que você tentou por alguns dias sentir raiva dele mas, de nada isso adiantou.
Tenho certeza de que todos os dias, você acordava de manhã e pensava pra si: "Tenho que sentir o mínimo de raiva possível por esse certo indivíduo. Ele nem é tão legal assim. Isso. Ele não é legal. Ele não é nada legal. Estou com raiva dele. Certo?"
Mas, era só você olhar pro certo indivíduo e todas as suas tentativas dessa raiva ir pra frente, iam automaticamente por água abaixo.
Ei, você aí do outro lado!
Se entende perfeitamente do que estou falando e está passando por essa ou uma situação parecida com essa, só tenho uma coisa pra te dizer:
"Ei, você! Estamos juntos nessa."

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Esse tal de ciúmes psicótico

Uma amiga telefona pra outra no meio da noite dizendo:
- Ele tá namorando!
- O QUE?
- É isso mesmo que você ouviu. Ele tá namorando. E vai fazer um mês já!
- E como você soube?
Ele postou uma foto aos beijos com ela. Acabei de ver no Facebook dele.
- E ela é bonita?
- Claro que não! você acha que eu ia achá-la bonita? Pelo amor de Deus! Ela é ridícula, horrorosa, uma loira de farmácia. E além de tudo é burra. E tenta disfarçar colocando uma frase da Clarice Lispector no 'quem sou seu' do Orkut. Nunca vi pior.
- Bem típico.
- E ele parece estar gostando mesmo dela. Deixa um recado pra Fulana todos os dias.
- Ferrou.
- E você acha que eu não sei disso? Fico aqui, agoniada por pensar que eu é quem deveria estar ali com ele e não ela! Acredita que elas já viajaram juntos e depois ele até deu um cachorrinho pra ela e tudo?
- Nossa! Então a coisa é série mesmo.
- Pois é. Tudo por causa daquela série. Se não fosse por causa daquela maldita série eles nunca teriam se conhecido. Arrrg! Odeio ela!
- É. Estou percebendo. E o que você está pretendendo fazer?
- Eu? Nada. O que mais poderia fazer?
- E eu é que sei? Foi você que me ligou a essa hora da noite por causa de uma crise de ciúmes.
- Nada disso! Te liguei por que você é minha amiga e precisava falar sobre isso pra alguém. Poxa, isso está me incomodando a dias!
- É. Tô vendo.
- Mas, já que você não tá nem se importando com os meus sentimentos, vou desligar. Ade...
- Não, espera! Tenho que te contar uma coisa séria também.
- Ah, é? Sobre o que?
- Ele também está namorando. Com aquela menina lá da mesma faculdade que a dele. Aquela gorda...

Incrível a clareza que vem acompanhada do ciúmes psicótico.