terça-feira, 20 de setembro de 2011

Sobre uma menina, filosofias no porão e algumas palavras


Ganhei A Menina Que Roubava Livros no mês de agosto. Só fui acabar de lê-lo agora, em setembro. Pra mim, ele sempre terá cheiro de neve e chá de morango bem quente.
Foi uma leitura muito agradável. Uma história realmente triste. Por passar-se em plena Segunda Guerra Mundial, nós leitores, já começamos o livro com uma certeza: todos ali irão morrer.
E mesmo tendo essa certeza, senti uma dor enorme ao ler sobre a morte de Rudy Steiner. Jesus, Maria e José sabem o quanto chorei. Talvez não pela morte em sim mas, pela vida roubada. E o fato de como Liesel recebe a notícia.
Rudy era jovem. Tinha seus catorze anos e acabará de descobrir o amor. Nem, ao menos, teve a chance de vivênciar seu primeiro beijo. Ler sobre seu corpo magro e, agora gelado, me emocionou e muito.
A Menina Que Roubava Livro apresenta uma série de roubos. Alguns considerados até mesmo justo. Afinal, roubar era a única forma que Liesel Mominger encontrou para desfrutar o sabor das palavras. Palavras essas muito bem usadas.
Quem diria que uma menina ossuda, pálida e amiga secreta de um judeu fosse vivênciar uma história tão bela em meio a tanto caos dentro de um porão? É realmente incrível.
Imagine-se numa época fria, com cheiro de morte, onde um homenzinho com um bigode estranho manda queimar todos os livros de um país e começa a implantar ideias sobre uma tal ideologia insana na cabeça das pessoas.
Agora imagine uma menina com sede de conhecimento que queria aprender a ler de qualquer maneira.
Bem. O homenzinho era Adolf Hitler e a menina, Liesel Meminger.
Alimentada por sopa de ervilha e pela palavras, claro, viu com seus próprios olhos, mais castanhos do que pedia a época, vidas sendo roubadas pelo homenzinho e teve a ajuda das palavras escritas no seu porão para superar isso. Assim, conquistou cada leitor de seu livro.
O menino dos cabelos cor-de-limão, o judeu escondido, a Saumensch, o acordeonista com os olhos cor-de-prata e bom de promessas. São muitos os personagens dos quais sentirei falta nesse livro. Principalmente do menino dos cabelos cor-de-limão. Principalmente dele.
Quando terminei de ler esse livro, resolvi a mesma coisa que a morte: levaria a história da menina que roubava livros por toda parte.
Fora isso, devo dizer que sou mais agradecida a mente brilhante de Markus Zusak do que posso dizer.