domingo, 29 de agosto de 2010

Apenas seria

Imagine nós dois, eu e você, daqui há alguns anos, morando juntos. Não precisaríamos ser namorados, nem casados, nem nada disso. Apenas amigos. E nós seriamos felizes, eu e você. Fotos de nós dois estariam espalhadas pela casa. Fotos suas no meu quarto, fotos minhas no seu quarto. Mas nós dormiríamos juntos. Pelo simples fato de eu te querer por perto, e você me querer também. Pelo simples fato do seu quarto estar bagunçado de mais e a minha cama ser perfeita para nós dois.
Eu teria medo do escuro, sem você. E eu andaria apenas com roupas íntimas, e você fingiria não se importar. E eu fingiria acreditar. Eu fugiria de você, correndo pela casa, rindo, com o controle da televisão, só pra você não mudar o canal. E você me pegaria, e ficaríamos abraçados até o silêncio nos constranger. Nossos sábados a noite seriam nostálgicos, olharíamos todos tipos de filme, atiraríamos pipocas um no outro e pediríamos uma pizza.
Nostálgicos e perfeitos, porque depois dormiríamos abraçados, no sofá da sala, ao som da melodia dos créditos de um filme de romance em que eu choraria do começo ao fim, e você riria de mim e comigo. Iríamos ao supermercado uma vez por mês, comprar as mais diversas porcarias. E não nos faltaria nada. Você não se importaria com as minhas roupas espalhadas pela casa e pelo seu quarto. Eu não me importaria com a sua bagunça diária, nem com a sua toalha de banho atirada pelos cantos.
Nos domingos a tarde, ficaríamos na sacada da nossa casa, tomando chá e cantando músicas velhas. Olharíamos as pessoas lá em baixo, casais apaixonados, e ficaríamos em silêncio, perdidos nos nossos próprios pensamentos. Suas amigas viriam te visitar, e eu choraria em silêncio, no escuro do meu quarto. Até elas irem embora e você ir dormir comigo, e perguntar se chorei. Eu negaria. Você acreditaria.
Me acordaria no meio da noite, para contar um sonho que teve. E nós riríamos juntos. Me acordaria com café na cama, ou com uma rosa roubada do jardim da casa vizinha. Eu deixaria um recado sutil de amor na porta da geladeira antes de sair na segunda de manhã para visitar meus pais.
Poderíamos até ter um cachorro. Poderíamos, juntos, levar ele para passear. E você decidiria pintar a casa, e ela ficaria vazia, apenas com nós dois e nosso cachorro. Deitaríamos no chão, e eu perguntaria em que você estaria pensando. Você mentiria e me perguntava o mesmo. Eu mentiria. Eu iria para a universidade todo dia de manhã, enquanto você ia para seu trabalho de meio turno em uma empresa de sucesso.
Você me amaria, em silêncio. Eu também te amaria, em silêncio. Em alguns anos, eu estaria me formando em jornalismo, e você estaria no topo da carreira naquela mesma empresa. E você me levaria pra jantar e me pediria em casamento. Eu aceitaria. E seria uma linda história de amor. Apenas seria.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Eu sendo eu

Ok. Eu sempre soube que eu era... diferente das outras garotas desde quando eu tinhas uns seis ou sete anos, e brincar de Barbie não era meu hobby predileto. Sempre gostei de ler e escrever sobre meus pensamentos.
Depois, já na 5ª série, notei que era a única garota da classe que tinha um melhor AMIGO. E também que não falava sobre a nova linha de maquiagem da marca tal. Aliás, eu não uso maquiagem. E nunca usei. O máximo que fiz foi passar um brilho labial pra não ficar bom boca de morta. Mas, enfim.
Ou invés de perder meu tempo imaginando como seria minha festa de quinze anos, eu gostava mesmo era de, passar tardes deliciosas jogando videogame, navegando na Internet ou lendo.
Eu sempre soube de tudo isso e sempre achei normal. Afinal, todos temos gostos diferentes, não é?
Acontece que sexta-feira passada o V. fez um comentário sobre o meu cabelo que, confesso, não estava na sua mais perfeita ordem e nem no seu melhor dia. Na verdade ele estava bem longe disso. Meu cabelo estava quase sofrendo um B.H.D. - Bad Hair Day. Quase, porque para disfarçar o ocorrido, coloquei uma boina sobre a cabeça, mas isso não vem ao caso.
O ponto é: qual o problema de ir à escola com o cabelo meio desarrumado? Até onde sei, não estou indo pra um evento fashion, ou qualquer coisa desse tipo! Também não sou dona do melhor cabelo do mundo. E mesmo que fosse, qual é o problema?
Fiquei pensando sobre esse assunto. Vivemos num mundo onde ser bonito é o que importa. Isso está muito errado! Prefiro 9876543210 vezes ter esse jeito de nerd do que ser uma morta-viva que só vive em função de produtinhos de beleza e água oxigenada.
E tem mais: AMO viver assim, porque essa sou eu. Eu gosto de videogame, e de passar horas, na Internet, lendo ou escrevendo, meeeesmo. E pronto.
Antes uma nerd, com o cabelo bagunçado, mas cheia de ideias próprias na cabeça, do que uma garota lindíssima que só usa a cabeça pra enfeitar o pescoço.
E quer, saber V.? Vai se ferrar, antes que eu me esqueça!
Desculpe-me por fazer vocês lerem isso. Mas, precisava dizer, ou melhor, escrever isso. Era importante pra mim. E eu juro pra vocês, que não sou do mau. O V. que é um demente.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Lembranças

Assisti ao filme Lembranças, com o Robert Pattinson no elenco, no final de semana passado.
Rob interpreta Tyler, um cara totalmente revoltado com as atitudes do pai. O lugar favorito dele, era a biblioteca.
Seu melhor amigo, até o achava meio solitário por conta de passar a maior parte de seu tempo arrumando prateleiras de acordo com categorias imaginárias.

Tyler também tinha seus próprios pensamentos e, filosofias muito boas de se ouvir. Ele também tinha algumas manias estranhas, como escrever cartas para seu irmão falecido. Mas, ao decorrer do filme, percebemos o porquê desse tipo de coisa.
O cenário do filme, também é outro detalhe que merece atenção. Achei super confortante e aconchegante. Até mesmo, o apartamento do Tyler, que ele divide com seu amigo, com toda a sua bagunça, merece esses elogios. Aliás esse apartamento, me pareceu tão familiar, a ponto de me fazer ter lembranças do espaguete que minha avó fazia pra mim, quando eu era criança.
De qualquer forma, o filme é maravilhoso. (chorei muito, como sempre.)
E se você não ia com a cara do Rob, prepare-se para se apaixonar pelo jeitão charmoso que só ele tem.

sábado, 14 de agosto de 2010

Única


Nesse momento há cerca de 6 bilhões, 470 milhões, 818 mil, 671 pessoas no mundo, algumas estão fugindo assustadas. Algumas estão voltando pra casa. Algumas dizem mentiras pra suportar o dia. Outras estão somente agora enfrentando a verdade. Alguns são maus indo contra o bem. E alguns são bons lutando contra o mal. Seis bilhões de pessoas no mundo, Seis bilhões de almas. E ás vezes tudo que nós precisamos é apenas uma.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

N.E.O.Q.E.A.V.

Estava naquele mesmo parque da semana anterior. Com ele novamente. Aquele parque era um ótimo lugar para conversar. Era meio abandonado e isso me passava a certeza de que não seríamos interrompidos por nada.
Além disso, o cenário era muito bonito. Ao começar pela principal árvore de cerejeira, carregada de flores rosas miúdas.
Estava ao lado dela, quando o vi chegar. Ele estava normalmente tranquilo. Poucas vezes, o vi chateado ao agoniado com alguma coisa.
Eu disse seu nome no tom de voz mais doce que pude. Ele gostou. Sorrio. Senti que era a hora de contar para ele tudo o que eu sentia. Mas, o que dizer? Era tanta coisa e por mais esforço que fazia minha voz parecia ter se esgotado. O frio que sentia na barriga toda vez que ele estava por perto, também havia piorado. E o meu coração? Esse parecia estar pulado em um trio elétrico em pleno carnaval de Salvador.
Tudo o que consegui pronunciar foi: "Eu amo você desde...". Então ele se aproximou e vez um carinho com seus dedos sob meu rosto. Duas lágrimas escorreram de meus olhos. Foi inevitável. Não por eu estar triste, certamente não estava. Acho que foi mais por causa da emoção mesmo. E o fato de ser chorona, talvez tenha influenciado bastante.
Mas ele continuava com seus dedos finos e compridos sob meu rosto, dessa vez enxugando minhas lágrimas.
Foi aí que ouvi a frase que tanto queria que ele dissesse. Fiquei ainda mais surpresa quando, além da frase, ele começou a me explicar o porquê de não ter dito essa frase antes.
Passei meus dedos naturalmente gelados sob o rosto dele arrumando seu cabelo que insistia em cair sob seus belos olhos pequenos, porém brilhantes.
Nos abraçamos do jeito mais sincero. Seria certo interpretar quilo como um sinal? Um sinal de que estaríamos sempre juntos? Ah! Como queria que este sinal existisse.

De qualquer forma,
Nunca Esqueça O Quanto Eu Amo Você.